Aplicação descomplicada da Inteligência Emocional para lidar com situações complexas, tanto dentro quanto fora do mundo corporativo
Por Cristiano Zanetta
A técnica do Rapport, conhecida por promover resultados expressivos nas relações interpessoais e no mundo dos negócios, desempenha um papel fundamental, seja para conquistar a confiança necessária em diferentes interações, estimular a automotivação, ou até mesmo para liderar equipes. Nesse contexto, o personagem do Batman destaca-se como um exemplo representativo de habilidade no uso do rapport e de inteligência emocional.
A simbologia do Batman é multifacetada, abrangendo a superação pessoal, a busca pela justiça e a dualidade entre a escuridão e a luz. Ele personifica a habilidade de transformar adversidades em força, especialmente quando se propõe a auxiliar alguém, estabelecendo uma conexão direta com o uso do rapport em situações complexas.
O conceito de Rapport, originário do campo da psicologia, refere-se a uma técnica aplicada com o propósito de estabelecer uma conexão de sintonia e empatia com outra pessoa, buscando a criação de relacionamentos verdadeiros e harmônicos.
Durante minhas palestras, costumo destacar um dos exemplos mais marcantes de Rapport relacionado ao universo do Batman. Especificamente, no episódio 26 da série de desenho animado “Liga da Justiça: Sem Limites”, uma colaboração entre a Warner Bros e a DC Comics. Em uma cena de flashback, a personagem “Às” manifesta seus poderes, transformando civis em inimigos da Liga da Justiça e alterando a própria estrutura da realidade.
A trama se intensifica quando Amanda Waller, chefe da Liga da Justiça, revela à equipe que “Às” está à beira da morte devido a um aneurisma cerebral. Waller alerta sobre a possível reação psíquica devastadora que poderia ocorrer ao morrer, ameaçando destruir toda a realidade que foi modificada. Para evitar este desastre, Waller desenvolve uma arma específica para conter a situação.
Logo, Batman assume a missão de neutralizar “Às” de uma maneira que evite qualquer repercussão catastrófica. Ao encontrar a garota, ela imediatamente lê a mente do Batman, afirmando que ele nunca a utilizaria – ou seja, ele não iria matá-la. É nesse ponto que Batman emprega, de maneira não explícita, a técnica do Rapport.
Ele escolhe se sentar ao lado dela em um balanço, ajustando-se ao mesmo tamanho de Às, estabelecendo uma conexão mais profunda ao compreender a dor que ela enfrenta. Essa abordagem sensível e empática convence “Às” a reverter todas as alterações prejudiciais que havia feito antes de seu falecimento, uma reviravolta natural no desfecho da história.
O princípio da reciprocidade e o espelhamento são duas técnicas fundamentais dentro do conceito de Rapport. A reciprocidade envolve oferecer algo sem a expectativa de receber nada em troca, estabelecendo uma base sólida de confiança entre as partes. Da mesma forma, o espelhamento, outra técnica essencial do Rapport, implica na imitação sutil de elementos da linguagem corporal do outro, como postura, gestos, expressões faciais e respiração. Ambas as técnicas são habilmente empregadas pelo Batman no desenho mencionado anteriormente.
No livro “A Ciência do Batman”, a exploração da utilização do Rapport é detalhada no capítulo 5, “Desvendando o Poder da Liderança Heroica, da Arte de Escutar e das Perguntas Poderosas”.
Ensinamentos para o desenvolvimento da Inteligência Emocional
Atualmente os profissionais buscam ser conduzidos por indivíduos dotados de competências humanas, conhecidos como soft skills. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento e seleção Robert Half, divulgada no LinkedIn, a inteligência emocional surge como a habilidade central para uma liderança eficaz, sendo eleita por 49% dos 726 participantes da pesquisa.
Conforme apontado em outra pesquisa, o Índice HP de Relacionamento com o Trabalho, um levantamento realizado pela HP, apenas 27% dos indivíduos conseguem manter uma relação saudável com suas atividades profissionais. Este cenário revela uma mudança nas expectativas dos colaboradores em relação ao trabalho, onde há uma crescente demanda por maior inteligência emocional por parte de seus líderes.
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